Durante o início do séc. XXI vivemos a Era da Informação e presenciamos o nascimento da indústria da atenção. As transformações oriundas deste ambiente hiper conectado e das experiências vividas pelas gerações Y e Z são o motor desta nova revolução na década que se inicia em 2020.
A Era da Informação iniciou-se após a década de 1980 e representou uma grande mudança entre uma economia baseada na indústria tradicional para uma economia baseada na tecnologia da informação. As gerações nascidas durante este período sofreram com sobrecarga de informação, uma necessidade constante de estar atualizado e mais recentemente, no início do sex. XXI, com as prática exploratória da indústria da atenção. Este ambiente conturbado está desencadeando um mecanismo natural de defesa que irá moldar o comportamento de um grande número de pessoas e desencadear uma nova revolução cultural: a revolução pós-digital.
Durante esta próxima década que iniciará em 2020, vamos amadurecer a nossa relação com a tecnologia. O mundo terá a sua segunda geração (Z) nascida na era da internet entrando para o mercado de trabalho e, portanto, para o mercado de consumo. Essa geração não se impressiona facilmente com tecnologia porque a vivenciou desde muito cedo.
Novos Hábitos
Durante esse período, a tecnologia vai continuar tendo um papel importante nas nossas vidas. No entanto, vamos presenciar a mudança de alguns comportamentos no uso da mesma. Estas alterações são o resultado, principalmente, da experiência da geração anterior e também no amadurecimento do design de várias das tecnologias em uso.
O uso do GPS como auxilio à navegação
O sistema de posicionamento global (GPS) está amplamente difundido nos dispositivos móveis e é utilizado muitas vezes como meio principal de navegação. Esta forma de utilização apresenta riscos, pois transfere a responsabilidade de decidir por onde ir (navegar) para uma máquina, subestimando a nossa capacidade inata de navegação como seres humanos. O resultado é que todos nós temos histórias para contar sobre uma situação em que acabamos tendo que intervir na navegação para evitar entrarmos em apuros. Após a revolução pós-digital, vamos continuar a utilizar o GPS, mas provavelmente vamos consultá-lo antes do trajeto e esporadicamente durante o mesmo, como faziam as gerações passadas ao utilizar-se de mapas para se orientar. Isso significa reservar um papel secundário ao aplicativo de GPS e voltar em confiar em nós (humanos) e na nossa capacidade cognitiva em se orientar.
O uso de aplicativos que valorizem comunicação assíncrona
Nós vamos finalmente entender que a comunicação por escrito é, ao mesmo tempo imprecisa e poderosa. Com isso, a cultura de responder será substituída por um hábito de olhar a notificação em um smartwatch para na maioria das vezes pensar cuidadosamente sobre a resposta e enviá-la depois. Outro fator que irá impactar é que nossos colegas de trabalho, amigos e familiares estarão cada vez mais espalhados pelo mundo e, portanto, distantes geograficamente de nós e será difícil gerenciar uma conversa síncrona várias pessoas em horários distintos.
Aplicativos de videoconferência em vez de redes sociais
Como discutido anteriormente, é falsa a ideia de que as redes sociais proporcionam um ambiente adequado para se conectar com as pessoas. Além disso, será de grande conhecimento do público as técnicas de mineração de dados utilizadas pela indústria da atenção para alimentar o modelo de negócio das empresas de rede sociais, baseado nos anúncios e venda de dados privados dos usuários. Também estaremos colhendo os frutos das novas leis de uso de dados e privacidade aprovadas em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Esse conjunto de fatores criará uma conscientização sobre privacidade e uso de dados nunca antes presenciada pela sociedade. Como consequência, muitos deixarão de utilizar as redes sociais e passarão a optar por socializar através de aplicativos de mensagens e de videoconferência.
Smartwatches para gerenciar melhor as notificações de aplicativos
Após a pressão sobre a indústria de hardware e software através de várias entidades para cobrar medidas que possibilitem o usuário maior controle sobre de que forma utiliza produtos e serviços, vários dispositivos terão opções voltadas para o bem estar digital. Os usuários se tornarão mais seletivos com relação a quais notificações desejam receber e quando, além de muitos optarem por utilizar smartwatches e outros dispositivos vestíveis (wearables) que possibilitem aos mesmos verificarem a natureza das notificações sem precisarem consultar o smartphones.
Esses comportamentos serão parte de um processo benéfico de redescobrimento do ser humano e das suas qualidades inatas, as quais não possuem substituto na tecnologia. Também representarão um momento de amadurecimento das escolhas que fazemos e do respeito pela diversidade cultural e individualidade de cada um.
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