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Sergio Wanderley

Tecnologia como Auxílio Cognitivo-Comportamental

Atualizado: 30 de nov. de 2020

Existem várias formas de ajudar as pessoas que possuem dificuldades cognitivas através da tecnologia que está disponível hoje


A tecnologia pode beneficiar muito as pessoas que possuem necessidades especiais. Na maioria dos casos, as soluções incluem as mesmas ferramentas utilizadas por todos nós, apenas configuradas e empregadas de uma forma diferente. Muitos dos dispositivos hoje existentes no mercado também possuem recursos de acessibilidade que podem ser adotados quando necessário. É importante lembrar que, em qualquer caso, o acompanhamento de um profissional de saúde indispensável.


Podemos, por exemplo, utilizar um aplicativo de lista de tarefas, para lembrar uma pessoa que tenha problemas de memorização de quando uma tarefa deve ser iniciada. Esta mesma solução pode ser adotada também com pessoas que tenham dificuldade em saber o momento de parar uma atividade. Também podem ser usadas duas notificações, uma para a hora de iniciar a tarefa e outra para avisar do momento de finalizar a mesma. Existem dispositivos, por exemplo, que ajudam nos casos em que uma pessoa precisa tomar várias medicações diferentes durante o dia.


Algumas pessoas podem ter dificuldade de executar tarefas simples. Fazer um café, por exemplo. Neste caso, uma ferramenta de apresentação de slides pode ser usada para criar um passo a passo com fotografias do processo, etapa por etapa, mostrando o resultado esperado no final. Videos também podem ser usados para se demonstrar as etapas de um tarefa, do início ao fim. Neste caso, existem alguns cuidados que devem ser observados durante a gravação do video à fim de que seja adequado ao perfil do paciente, o qual pode assistir ao video antes de começar a tarefa (preview), durante a tarefa (play-pause) e revisar uma última vez ao final (review).


No caso de pessoas com comportamento obsessivo, também é possível utilizar videos ou mesmo gravações de audio com orientações específicas sobre como reagir em determinadas situações previsíveis. Isto é especialmente útil nos casos de ataques de pânico sofridos por pessoas com transtorno do espectro autista quando elas encontram determinadas situações.


Outros aplicativos fazem uso dos recursos de GPS e câmera do smartphone. Existem aplicativos específicos para deficientes visuais onde uma ajuda de alguém com mais acuidade visual pode fazer a diferença, como é o caso do ótimo Be My Eyes. Para o caso das pessoas com dificuldades de se localizar, existem várias opções de localizadores com interfaces simples de utilizar. As videochamadas também são úteis em algumas situações, mas como demandam atenção de um interlocutor, devem ser usadas com critério.


Para os casos de indivíduos em que existe um grau maior de dificuldade na comunicação, existem os aplicativos de Augmentative and Alternative Communication (AAC), como o da Proloquo2Go para iOS, que utiliza uma comunicação baseada em símbolos. 


A grande maioria destas soluções pode ser implementada utilizando-se dos mesmos dispositivos que estão amplamente disponíveis no mercado, diferenciando-se na forma de utilização no contexto da solução e na configuração da interface. Personalizações que tem que ser planejadas, apresentadas, executadas e acompanhadas pelo tempo que for necessário por profissionais que tenham aptidão não somente com tecnologia, mas principalmente com pessoas.

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